Como incorporar os
conceitos e as técnicas do estudo das probabilidades à vida quotidiana.
Por Luiz Barco
No início da década
de 80, quando uma onda terrorista se alastrou pela Europa, algumas pessoas
chegaram a temer pela vida ao terem de viajar de avião com medo de atentados a
bomba. Afinal, corriam o risco de literalmente voar pelos ares. As companhias
aéreas, preocupadas com a queda nas vendas de passagens, apressaram-se em
mostrar que tal receio era exagerado pois a probabilidade de viajar num avião
que continha uma bomba era muito pequena. A probabilidade de haver duas então
era praticamente nula. O transtorno foi enorme para os que cuidavam da
segurança dos voos, pois além dos terroristas, os cidadãos mais previdentes
passaram a levar sua própria bomba, tornando quase impossível a chance de
encontrar outra no avião.
Com certeza eles
aumentaram, e muito, as probabilidades de serem presos ou internados num
manicômio. Obviamente isso é uma brincadeira mas a escolhi porque ela reflete o
uso enganoso, porém freqüente, que se faz das probabilidades. Ninguém tem
dúvidas da importância do ensino da teoria das probabilidades e suas
aplicações. Mas mesmo fazendo parte dos currículos escolares - pois é
ferramenta de trabalho de geneticistas, físicos, sociólogos, engenheiros,
meteorologistas, químicos -, seu estudo parece não estar sendo suficiente, pois
os que se sensibilizam com a matéria têm dado aos resultados obtidos um caráter
determinístico e não probabilístico como seria o correto.
Na verdade, mais
que treinar as técnicas dos cálculos probabilísticos é preciso incorporar os
conceitos e o espírito mesmo de tais fenômenos. Com base nisso, ouso dizer que
os institutos que pesquisam a opinião pública - seja para os departamentos de
marketing de grandes empresas, para grandes redes de televisão ou jornais, ou
partidos políticos às vésperas de eleições - fazem cálculos e estimativas
provavelmente corretos, mas a maneira ingênua e leviana como são divulgados
acabam por negar o conceito. Imprimem aos resultados um caráter determinístico.
De fato, não é fácil medir as incertezas.
Os livros de
curiosidades matemáticas estão cheios de casos que mostram como as estimativas
baseadas no senso comum podem diferir das reais chances envolvidas. Tomemos
como exemplo um jogo de cartas. Vamos usar um baralho reduzido a apenas quatro
cartas: um ás de ouro, um ás de paus, uma dama de copas e um sete de espadas.
Se as cartas forem embaralhadas e distribuídas em mãos de duas cartas teremos
seis combinações possíveis de duas cartas. Cinco delas têm pelo menos um ás, e
só uma tem dois ases. Assim, se um jogador anuncia que tem um ás, pode-se
calcular que a probabilidade de ele ter outro ás é de 1/5. No entanto, se o
jogador dissesse que tem um ás de ouro, se saberia que a probabilidade de ele
ter outro ás seria de 1/3, pois existem apenas três combinações que permitem
dizer que o jogador possui um ás de ouro e somente uma dessas combinações tem
outro ás.
Por isso, a
determinação do naipe do ás alterou as probabilidades. Tais considerações,
embora simples, nem sempre são levadas em conta quando se elaboram raciocínios
desse tipo. Muitas vezes, mesmo raciocinando corretamente, chegamos a
resultados que por alguma razão surpreendem nossas expectativas baseadas no
senso comum. Por exemplo, qual a probabilidade que duas entre 25 pessoas
escolhidas aleatoriamente façam aniversário na mesma data?
Em geral, estima-se
uma probabilidade bem baixa mas, se efetuarmos os cálculos, veremos que quem
apostar na coincidência de pelo menos duas datas ganhará em média 57 vezes e
perderá 43 em cada cem apostas. Se o número de pessoas escolhidas como amostra
fosse 60, a coincidência seria quase certa. Mas devemos lembrar que a certeza
absoluta só nos é permitida se tivermos 366 pessoas como amostra, levando-se em
conta que o ano tem 365 dias. Escolha você mesmo 25 pessoas ao acaso e vai
constatar que a única certeza que podemos ter é a de quão incerto é alimentar
certezas.
Luiz Barco é
professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Muito bom mesmo, esse tema é uma tema que voce dever levar para a vida, "Na verdade, mais que treinar as técnicas dos cálculos probabilísticos é preciso incorporar os conceitos e o espírito mesmo de tais fenômenos" acho que podemos observar que tudo que fazemos pode e acontece certezas e incertezas.. João Fioravante / 2ºAno "B"
ResponderExcluirIan C Bezerra 3°G
ResponderExcluirPrimeiro, escolhi essa curiosidade pois é o assunto que estamos estudando atualmente.
Outro fato que me chamou atenção foi o fato do texto desmistificar que probabilidadr é uma coisa provavel e não certa, pois só será certa se for 100%.
Mas essa confusão entre provavel e certo são conceitos que no senso comum são facilmete misturados se a probabilidade for muito próxima de 100%
Lillyan Taquimara-3ºA
ResponderExcluireu achei interessante, pois através da probabilidade pode ter feito o calculo .
3A-Alex Silva de Andrade N 3
ResponderExcluirescolhi esse tema porque é muito interessante para quem gosta de matemática é quer aprender mais
muito interessante por que se voce vai pela logica vai ter mais certeza sobre o resultado mais se voce nao pensa antes nao vai ter tanta certeza do resultado
ResponderExcluirRAYSSA DIAS BENICIO 3-C
Adriana Vaz 3° "C"
ResponderExcluirMuito bom esse texto sobre os conceitos da probabilidade.Fala de como deefrinir as reais chanses possiveis de qualqucuar qualquer evento.
3A:Alessandro Pereira N2
ResponderExcluirMuito bom pois é muito interesse
Giovana Ribeiro Nascimento 3ºG
ResponderExcluirAchei bem interessante,por se tratar do assunto atual aplicado na sala de aula.E desta forma,pude reparar que por mais que a matemática seja uma matéria exata por se tratar de cálculos,em nossa dia-a-dia ela pode ser tomada de certezas e incertezas,pelo fato de pouca possibilidade de se ocorrer quando aplicada em nosso cotidiano.
3° F 16
ResponderExcluirProfessor,a minha incerteza é quanto a probabilidade da resposta do meu trabalho de matemática está certa :(
Mariana Siqueira B. Amorim
ResponderExcluirSobre o texto,achei interessante como no dia-a-dia,a probabilidade pode ter variadas situações que indicam uma possibilidade e concordo com o Ian, no fato de o texto desmistificar que possibilidades nunca são evento certos.
Bruno Rocha Gomes 3ºG
ResponderExcluirMuito bom pois faz parte do assunto que estudamos e também mostra um fato interessante que Probabilidade e uma coisa ''provavel e não provavel'' ao mesmo tempo pois algo provavel nunca será certeza a não ser que as chances sejam 100% e também e interessante pois fala as chances reais de algo acontecer em problemas em nosso cotidiano resumindo em praticamente tudo, muito bom
Laryssa de Castro Campos 3G
ResponderExcluirMuito bom, vir que pela lógica e até mais fácil a compreensão, super legal.
Ricardo Wagner, 3ºG, Nº27
ResponderExcluirQue legal, a propabilidade é algo que tem um campo muito mas muito extenso
3'B' Jessica Jhennyfer N:13
ResponderExcluirE interessante como a probabilidade pode ter varias situações que nao são totalmente certas
Larissa dos santos Lopes N°:17 3°G
ResponderExcluirEsse assunto é muito legal que vimos em matemática e biologia
rodrigo souza dos santos 3ºE Nº29 muito bom pois estudamos isso em sala de aula as probabilidades e aqui ta mostrando a logica de tudo .
ResponderExcluirHelena Maria 3°E . Gostei do texto porque mostra a probabilidade no nosso cotidiano mas diz também que não é sempre certo tem incertezas .
ResponderExcluirKatherine N°17 3"A" bem a interessante a probabilidade de um certa siutuação envolvendo matematica..
ResponderExcluirBrena Guimarães de Jesus. N°2. 3°G
ResponderExcluirGostei desse texto pois tinha algumas duvidas sobre probabilidade e consegui tirar algumas através desse texto